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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

FÁBRICA PARA BENEFICIAR MANDIOCA AJUDA NA INCLUSÃO.


Por séculos a lavoura da mandioca está associada à subsistência em regiões onde
imperam a pobreza. No município de Laje, região do Baixo-Sul baiano, a empresa
Bahia Amido, controlada pela Kieppe Participações, do Grupo Odebrecht, vai
inaugurar em outubro uma fábrica que deve estimular mudanças nessa realidade.
Com investimento de R$ 30 milhões em áreas de plantio, construção civil,
logística, tecnologia e maquinário, a nova indústria absorverá a produção de
pequenos produtores organizados em cooperativa e vai agregar valor à mandioca,
beneficiando-a para a obtenção de amido. O empreendimento tem participação do
Banco do Brasil e BNDES. "Na primeira etapa, a fábrica processará 200 toneladas
de mandioca por dia, com meta de dobrar a produção em dois anos, fazendo com
que os produtores atinjam o nível de classe média rural, com ganho mensal acima
de R$ 1 mil", afirma Anselmo Selhorst, diretor executivo da Aliança Cooperativa
do Amido, hoje com 250 cooperados. Atualmente, no fornecimento para fabricação
de farinha, a renda não ultrapassa R$ 300. As mudanças, segundo Selhorst, devem 
acontecer a partir de um modelo inovador: "A indústria funcionará unicamente 
como prestadora de serviço à cooperativa, que realizará o faturamento das 
vendas junto aos compradores do amido e dividirá o lucro líquido entre os produtores".
A estimativa é faturar R$ 2,5 milhões por mês. "Além de assistência técnica e garantia
de compra da mandioca, os produtores são orientados a adotar práticas agrícolas 
ambientalmente adequadas, como reflorestamento com Mata Atlântica e manutenção 
de reservas  legais", afirma Selhrost. A mandioca, se cultivada com critérios ambientais e com 
métodos para melhorar a produtividade, é uma alternativa econômica à pecuária, 
causa de desmatamento na região. Selhrost lembra que é grande o potencial para
replicar o modelo em outras partes do país, porque a nova indústria atenderá menos 
de 1% do mercado brasileiro, que gira em torno de R$ 3,5 bilhões ao ano. Para suprir 
demanda industrial, o país é hoje obrigado a importar amido - a maior parte
obtida de milho.
O Brasil detém 9% da produção mundial, dominada pela Tailândia (45%) e
Indonésia (22%). "Apostamos no fair trade envolvendo geração de renda no 
campo e conservação de áreas naturaispara expandir o amido de mandioca 
no mercado e gerar excedentes para osprodutores", revela Vanderlei Rodrigues,
diretor da Bahia Amido. De acordo com Rodrigues, a empresa disputará um
mercado em crescimento contínuo, onde há centenas de aplicações para o
produto - desde a fabricação de papel até medicamentos e uma grande
variedade de alimentos industrializados, como pães, macarrão, molhos,
iogurtes, comidas prontas, carnes processadas e achocolatados. Além de servir
à indústria têxtil, o amido - modificado por processos químicos e físicos - é
também utilizado na indústria petrolífera para lubrificação de brocas na
perfuração de poços. No campo, a base do trabalho se complementa ao modelo
de inovação e inclusão social criado pela Fundação Odebrecht no município de
Tancredo Neves, um dos mais pobres da Bahia. Uma fábrica de farinha, montada
com apoio da construtora e gerenciada pela cooperativa de produtores locais,
processa a mandioca cultivada por 380 associados. A indústria produz cerca
de mil toneladas de farinha por ano, vendendo para supermercados de Salvador
e programas de compras de alimentos dos governos estadual e federal. "A união
eliminou atravessadores e hoje conseguimos preços cinco vezes maiores para
a mandioca", conta Wellinton Silva, líder da Aliança Cooperativa da Mandioca.
Os resultados chegam a partir de um modelo que envolve cidadania e qualificação 
profissional.
O centro das atenções está na Casa Familiar Rural (CFR), onde o aluno -
filho de produtor rural - permanece uma semana na escola e duas em casa, 
para aplicar os conhecimentos nas roças de mandioca da família.
Fonte: Valor Econômico

Um comentário:

  1. O conteúdo do texto está excelente. Apenas o tamanho da fonte está muito pequeno, dificultando a leitura. Nota 0,9 em 1,0.

    Sugestão: Procurem rever a configuração do blog. Está um pouco desordenada, dificultando a identificação das portagens pelo leitor.

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